(Des)Velar

Por Wolney Fernandes

Fundos Guardados

Por Rosi Martins

Caixa Preta

Por Adriano Antunes

Rosto mascarado pra poder brincar

Por Laila Loddi

Sertão

Por Walderes Brito

Sujeito Oculto

Por Odailso Berté

Próprios Cultos

Por Cristian Mossi

Onde eu mais te amava, ainda ali escondias teu nome

Por Cristiano Casado

"Longe é um lugar que não existe" *

Cheiros arrancam a gente pra lugares e tempos remotos, sem licença nem vagareza: é pá pum! Masturbações nos levam a corpos conhecidos ou que nunca o serão. Sabores também são excelentes veículos de teletransporte. Lembranças, nem se fala! Quando me contam que meteram o pé numa tábua de pregos ou a mão num caco de vidro, sinto um instantâneo e tenebroso gelo no saco. Se o relato for uma ficção, eu nem ligo: gelo igual. Tenho sempre um instante de nó na garganta nos episódios de Brothers and Sisters. Declarações de amor entre irmãos, pais e filhos me derretem até em propagandas do dia dos pais da Renner, sem nenhum efeito antídoto da minha empertigada consciência crítica sobre o proselitismo burguês do arcaico modelo cristão de família nuclear, patricarcal e androcêntrica.

Nem tempo, nem lugar, nem fato:
tudo aqui, em mim, agora!

Por Walderes Brito

(*) Título de um livro de Richard Bach

Sem motivos próprios

Por Cristian Mossi

O dia que o misterioso jardim de seda chinês encontrou o "comigo-ninguém-pode" e a "espada-de-são-jorge" na loja de 1,99.

Por Rosi Martins

2350 Km

Verde Líquido

SONHO
PRANTO
TELEFONEMA
MEDO
SAUDADE
PROJETO
PROVA
TEMPO
RECEIO
QUEDA
MOURO DE VENEZA
OUTRO
OUTRA
TELA
GAROA
FRIO

Cinza Petrificado
Num só peito, o vento e a chama que olhos testemunham calados.

Por Cristiano Casado

Diz (T) Ânsia

Por Odailso Berté

Desapego

Por Adriano Antunes

Diz Tanto

Por Wolney Fernandes

o amor

Por Laila Loddi

Sertões

Por Laila Loddi

Silêncio e Amarelo

...devo para a pura morte da terra
a intenção das minhas germinações.

Por Rosi Martins

N. Sra. dos Calafrios


Por Adriano Antunes

In Ver Nada

Por Odailso Berté

De Porcelana

No último ano década de 80,
já de meio dia para a tarde daquele ano,
deu-se o encontro primeiro.
Uma semana ao pé de uma serra gelada
de algum raro lugar vazio de São Paulo,
com dias intensos de discussão por qualquer coisa
e noites repletas de extravagâncias
que a pouca idade permite e, às vezes, impõe.

Quando já não havia tempo,
viram um ao outro
como até então não ocorrera
e, entre arrojo e rubor,
fitaram-se intensa,
segura,
aberta
e silenciosamente.

Na balbúrdia do Tietê,
antes de rumar a destinos
ignorados e sabidos ermos,
um abraço fez batidas descompassadas
sobrepujarem os agasalhos
inadequados para aquelas paragens
e insinuarem que, ali,
principiava uma viagem improvável
e, todavia, infinda.

Por Walderes Brito

Aconchegos daqui

Por Cristian Mossi

Direções Frias

Por Cristiano Casado

Entre 29 Invernos

Por Wolney Fernandes

o da grama é o cimento

Por Laila Loddi

Só pra Começar

Por Cristian Mossi

Imprecisas Limitações



Por Wolney Fernandes

Limite Improvável

Por Cristiano Casado

Rumo à São Silvestre

Penso muito, nos últimos dias, sobre os 9 segundos e meio em que o jamaicano Usain Bolt percorre uma pista de 100 metros e nos 22 segundos que o festejado gigante tupiniquim, César Cielo, atravessa uma piscina de 50. Nenhum dos dois precisa ou pode respirar na travessia: só explodir, ganhar, rir, morder medalha e, agora, espremer os olhos pra ver se espirra uma lágrima.

Penso nesses caras especialmente nos finais de tarde, quando faço minhas corridas na praça universitária ou em algum parque da cidade. Vez por outra, porém, sou arrancado bruscamente das minhas meditações, por uma legião de malditos e furiosos velhinhos que me ultrapassam como um Schumacher a um Rubinho, eu correndo na última rotação, eles caminhando como quem está apenas no aquecimento.

Abstraio para que a humilhação não me tire definitivamente das pistas. Izidro, meu colega de trabalho e entusiasta das provas de rua a curta distância, me contou que o melhor desempenho em provas de resistência são de pessoas mais velhas: “Pode ver que os vencedores de maratonas nunca são jovens”, me consola. “Daqui a 30 anos acerto as contas com essa canalha”, remoo entre dentes, enquanto me arrasto pelas pistas da cidade por 3 infindáveis quilômetros em 50 e tantos minutos.

Por Walderes Brito

Limitrofia

Por Odailso Berté

Vanity Fair

Por Adriano Antunes

Não é o que não pode ser

Por Rosi Martins

Imagem: capa Black Sabbath