De Porcelana

No último ano década de 80,
já de meio dia para a tarde daquele ano,
deu-se o encontro primeiro.
Uma semana ao pé de uma serra gelada
de algum raro lugar vazio de São Paulo,
com dias intensos de discussão por qualquer coisa
e noites repletas de extravagâncias
que a pouca idade permite e, às vezes, impõe.

Quando já não havia tempo,
viram um ao outro
como até então não ocorrera
e, entre arrojo e rubor,
fitaram-se intensa,
segura,
aberta
e silenciosamente.

Na balbúrdia do Tietê,
antes de rumar a destinos
ignorados e sabidos ermos,
um abraço fez batidas descompassadas
sobrepujarem os agasalhos
inadequados para aquelas paragens
e insinuarem que, ali,
principiava uma viagem improvável
e, todavia, infinda.

Por Walderes Brito

3 comentários:

Rezende Bruno disse...

Uma névoa fina de nostalgia e penumbra de certezas invadiu o quarto de leitura e cobriu-me completamente.Grato!

Odailso Berté disse...

Lírico e romantico... assim me soam teus dizeres dessa vez. Ou são eles, ou sou eu e meus ouvidos.

Rosi Martins disse...

Deu vontade de fazer um curta metragem disso...

Rezende Bruno disse...

Uma névoa fina de nostalgia e penumbra de certezas invadiu o quarto de leitura e cobriu-me completamente.Grato!

Odailso Berté disse...

Lírico e romantico... assim me soam teus dizeres dessa vez. Ou são eles, ou sou eu e meus ouvidos.

Rosi Martins disse...

Deu vontade de fazer um curta metragem disso...