Onde eu mais te amava, ainda ali escondias teu nome
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Cristiano Casado
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"Longe é um lugar que não existe" *
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Walderes Brito
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Cheiros arrancam a gente pra lugares e tempos remotos, sem licença nem vagareza: é pá pum! Masturbações nos levam a corpos conhecidos ou que nunca o serão. Sabores também são excelentes veículos de teletransporte. Lembranças, nem se fala! Quando me contam que meteram o pé numa tábua de pregos ou a mão num caco de vidro, sinto um instantâneo e tenebroso gelo no saco. Se o relato for uma ficção, eu nem ligo: gelo igual. Tenho sempre um instante de nó na garganta nos episódios de Brothers and Sisters. Declarações de amor entre irmãos, pais e filhos me derretem até em propagandas do dia dos pais da Renner, sem nenhum efeito antídoto da minha empertigada consciência crítica sobre o proselitismo burguês do arcaico modelo cristão de família nuclear, patricarcal e androcêntrica.
Nem tempo, nem lugar, nem fato:
tudo aqui, em mim, agora!
Por Walderes Brito
(*) Título de um livro de Richard Bach
Nem tempo, nem lugar, nem fato:
tudo aqui, em mim, agora!
Por Walderes Brito
(*) Título de um livro de Richard Bach
O dia que o misterioso jardim de seda chinês encontrou o "comigo-ninguém-pode" e a "espada-de-são-jorge" na loja de 1,99.
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Rosi Martins
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2350 Km
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*DISTÂNCIA,
Cristiano Casado
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Verde Líquido
SONHO
PRANTO
TELEFONEMA
MEDO
SAUDADE
PROJETO
PROVA
TEMPO
RECEIO
QUEDA
MOURO DE VENEZA
OUTRO
OUTRA
TELA
GAROA
FRIO
Cinza Petrificado
Num só peito, o vento e a chama que olhos testemunham calados.
Por Cristiano Casado
SONHO
PRANTO
TELEFONEMA
MEDO
SAUDADE
PROJETO
PROVA
TEMPO
RECEIO
QUEDA
MOURO DE VENEZA
OUTRO
OUTRA
TELA
GAROA
FRIO
Cinza Petrificado
Num só peito, o vento e a chama que olhos testemunham calados.
Por Cristiano Casado
De Porcelana
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Walderes Brito
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No último ano década de 80,
já de meio dia para a tarde daquele ano,
deu-se o encontro primeiro.
Uma semana ao pé de uma serra gelada
de algum raro lugar vazio de São Paulo,
com dias intensos de discussão por qualquer coisa
e noites repletas de extravagâncias
que a pouca idade permite e, às vezes, impõe.
Quando já não havia tempo,
viram um ao outro
como até então não ocorrera
e, entre arrojo e rubor,
fitaram-se intensa,
segura,
aberta
e silenciosamente.
Na balbúrdia do Tietê,
antes de rumar a destinos
ignorados e sabidos ermos,
um abraço fez batidas descompassadas
sobrepujarem os agasalhos
inadequados para aquelas paragens
e insinuarem que, ali,
principiava uma viagem improvável
e, todavia, infinda.
Por Walderes Brito
já de meio dia para a tarde daquele ano,
deu-se o encontro primeiro.
Uma semana ao pé de uma serra gelada
de algum raro lugar vazio de São Paulo,
com dias intensos de discussão por qualquer coisa
e noites repletas de extravagâncias
que a pouca idade permite e, às vezes, impõe.
Quando já não havia tempo,
viram um ao outro
como até então não ocorrera
e, entre arrojo e rubor,
fitaram-se intensa,
segura,
aberta
e silenciosamente.
Na balbúrdia do Tietê,
antes de rumar a destinos
ignorados e sabidos ermos,
um abraço fez batidas descompassadas
sobrepujarem os agasalhos
inadequados para aquelas paragens
e insinuarem que, ali,
principiava uma viagem improvável
e, todavia, infinda.
Por Walderes Brito
Rumo à São Silvestre
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*LIMITE,
Walderes Brito
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Penso muito, nos últimos dias, sobre os 9 segundos e meio em que o jamaicano Usain Bolt percorre uma pista de 100 metros e nos 22 segundos que o festejado gigante tupiniquim, César Cielo, atravessa uma piscina de 50. Nenhum dos dois precisa ou pode respirar na travessia: só explodir, ganhar, rir, morder medalha e, agora, espremer os olhos pra ver se espirra uma lágrima.
Penso nesses caras especialmente nos finais de tarde, quando faço minhas corridas na praça universitária ou em algum parque da cidade. Vez por outra, porém, sou arrancado bruscamente das minhas meditações, por uma legião de malditos e furiosos velhinhos que me ultrapassam como um Schumacher a um Rubinho, eu correndo na última rotação, eles caminhando como quem está apenas no aquecimento.
Abstraio para que a humilhação não me tire definitivamente das pistas. Izidro, meu colega de trabalho e entusiasta das provas de rua a curta distância, me contou que o melhor desempenho em provas de resistência são de pessoas mais velhas: “Pode ver que os vencedores de maratonas nunca são jovens”, me consola. “Daqui a 30 anos acerto as contas com essa canalha”, remoo entre dentes, enquanto me arrasto pelas pistas da cidade por 3 infindáveis quilômetros em 50 e tantos minutos.
Por Walderes Brito
Penso nesses caras especialmente nos finais de tarde, quando faço minhas corridas na praça universitária ou em algum parque da cidade. Vez por outra, porém, sou arrancado bruscamente das minhas meditações, por uma legião de malditos e furiosos velhinhos que me ultrapassam como um Schumacher a um Rubinho, eu correndo na última rotação, eles caminhando como quem está apenas no aquecimento.
Abstraio para que a humilhação não me tire definitivamente das pistas. Izidro, meu colega de trabalho e entusiasta das provas de rua a curta distância, me contou que o melhor desempenho em provas de resistência são de pessoas mais velhas: “Pode ver que os vencedores de maratonas nunca são jovens”, me consola. “Daqui a 30 anos acerto as contas com essa canalha”, remoo entre dentes, enquanto me arrasto pelas pistas da cidade por 3 infindáveis quilômetros em 50 e tantos minutos.
Por Walderes Brito