Penso muito, nos últimos dias, sobre os 9 segundos e meio em que o jamaicano Usain Bolt percorre uma pista de 100 metros e nos 22 segundos que o festejado gigante tupiniquim, César Cielo, atravessa uma piscina de 50. Nenhum dos dois precisa ou pode respirar na travessia: só explodir, ganhar, rir, morder medalha e, agora, espremer os olhos pra ver se espirra uma lágrima.
Penso nesses caras especialmente nos finais de tarde, quando faço minhas corridas na praça universitária ou em algum parque da cidade. Vez por outra, porém, sou arrancado bruscamente das minhas meditações, por uma legião de malditos e furiosos velhinhos que me ultrapassam como um Schumacher a um Rubinho, eu correndo na última rotação, eles caminhando como quem está apenas no aquecimento.
Abstraio para que a humilhação não me tire definitivamente das pistas. Izidro, meu colega de trabalho e entusiasta das provas de rua a curta distância, me contou que o melhor desempenho em provas de resistência são de pessoas mais velhas: “Pode ver que os vencedores de maratonas nunca são jovens”, me consola. “Daqui a 30 anos acerto as contas com essa canalha”, remoo entre dentes, enquanto me arrasto pelas pistas da cidade por 3 infindáveis quilômetros em 50 e tantos minutos.
Por Walderes Brito
2 comentários:
Você hém mestre Walderes... De uma sinceridade literária que comove. Vc é um forte atleta, em outra pista, quem sabe, nas linhas da escrita. E nesta, eu te garanto: ninguém alcança vc campeão! Oda
Wall, meu chuchu, me ofereço pra caminhar 50 minutos ao seu lado, se a gente ficar esbaforido vai chupar picolé ou comer tapioca... o tal do Silvestre que espere...
Você hém mestre Walderes... De uma sinceridade literária que comove. Vc é um forte atleta, em outra pista, quem sabe, nas linhas da escrita. E nesta, eu te garanto: ninguém alcança vc campeão! Oda
Wall, meu chuchu, me ofereço pra caminhar 50 minutos ao seu lado, se a gente ficar esbaforido vai chupar picolé ou comer tapioca... o tal do Silvestre que espere...
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